domingo, 31 de maio de 2009

A LUTA PELA B.I.C.A.










Nós, moradores do Méier/Grande Méier e freqüentadores ativos da Biblioteca Infantil Carlos Alberto (B.I.C.A.)/Centro de Artes e Criatividade Infanto-juvenil (C.A.C.I.J.), localizada na Rua Rio Grande do Sul, n. 83-A, no Méier, e pertencente ao Governo do Estado, comunicamos a criação deste blog, que terá como objetivo:

acompanhar o movimento que iniciamos para impedir que a B.I.C.A./C.A.C.I.J. seja extinta pelo Governo do Estado


Na última segunda-feira, dia 25 de maio de 2009, chegou até nós a triste notícia de que o Governo do Estado irá entregar a B.I.C.A./C.A.C.I.J. ao Município.
Isto para nós é o mesmo que extingui-la, pois evidentemente que implicará em completa desfiguração do que é e deve ser a B.I.C.A./C.AC.I.J.
Então, na quinta-feira, dia 28, promovemos à porta da Biblioteca uma manifestação de repúdio à municipalização, contando com a presença de leitores e alunos que participam das oficinas ali oferecidas. Vários abaixo-assinados estão circulando e esperamos sinceramente que o Governo do Estado ouça a comunidade e volte atrás nessa decisão.

NÃO QUEREMOS A MUNICIPALIZAÇÃO
NÃO QUEREMOS NENHUMA PERDA
NÃO QUEREMOS PERDER
NENHUM PROFISSIONAL
NENHUMA OFICINA
NENHUM PROFESSOR
NENHUM ALUNO

CHEGA DE PERDAS

A B.I.C.A.
JÁ PERDEU DEMAIS AO LONGO DE SUA HISTÓRIA
AGORA CHEGA

E para deixar provado e comprovado as muitas perdas já sofridas, vamos contar resumidamente a história da Biblioteca Infantil Carlos Alberto, que hoje abriga ainda o CACIJ, Centro que oferece, para todas as idades, oficinas de teclado, canto coral, violão, dança, artesanato, capoeira, alongamento, desenho e teatro.

Nos idos de 1940, a casa n. 83 da Rua Rio Grande do Sul, no Méier, foi comprada pelos pais do menino Carlos Alberto, que decidiram mudar-se de Ipanema para o nobre e charmoso bairro do Méier a fim de possibilitar ao filho uma infância saudável e feliz, numa casa ampla, com quintal e bem arejada. O menino tinha um aninho e alguns meses quando chegou o tão esperado dia da mudança. Porém, quis o destino que Carlos Alberto não viesse a viver em seu novo lar, pois o menino faleceu no exato dia da mudança. Consternados e abalados, os pais de Carlos Alberto encontraram uma forma sublime de enfrentar a dor da perda do filho querido: doaram a casa ao Estado com a determinação explícita de que ali deveria funcionar uma biblioteca infantil.

Jornais da época relatam que desta forma os pais queriam fazer com que Carlos Alberto fosse para sempre lembrado e que muitas crianças pronunciassem o seu nome pelo tempo afora, sempre na companhia dos bons livros que o menino não chegaria a ler, participando de atividades educacionais e criativas.

E foi assim que em 17 de dezembro de 1950 deu-se a inauguração da BIBIOTECA INFANTIL CARLOS ALBERTO, na bela casa da Rua Rio Grande do Sul. Foi a primeira biblioteca infantil do Rio de Janeiro. Muitos artistas e intelectuais da época, como Cecília Meirelles (ver foto ao lado), Agripino Grieco, Rachel de Queiroz e tantos outros, saudaram o acontecimento e passaram a freqüentar a Biblioteca para apoiar e incentivar o seu funcionamento. Emilinha Borba, a famosa cantora, foi a sócia benemérita n. 225 da Biblioteca (ver foto abaixo).


A B.I.C.A., como passou a ser carinhosamente chamada, chegou a registrar um movimento médio de 75 crianças por dia, que lá iam ler ou participar de oficinas de artes, discoteca, cine-clube e outras atividades, como um clube agrícola que funcionava no quintal da casa.
A B.I.C.A. mantinha intercâmbio com bibliotecas de outros países. Certa vez, recebeu a visita da Profa. Pilar Vásquez Cuesta, diretora da Biblioteca da Cidade de Madrid, que jamais pôde esquecer o que sentiu ao conhecer a B.I.C.A.:

“ Quando, ao chegar, telefonei para a Biblioteca Infantil Carlos Alberto pedindo explicações sobre a melhor maneira de chegar até o n. 83-A da Rua Rio Grande do Sul, nem por um momento podia suspeitar que me iria encontrar ali com a instituição social e cultural mais comovente de minha vida...”

Como estará hoje a Biblioteca de Madrid? Será que também corre risco de extinção?

Muitas e muitas histórias teríamos para contar sobre a nossa B.I.C.A. Faremos isso aos poucos nesse blog. Por ora, queremos apenas demonstrar que a B.I.C.A. é uma jóia do Méier e que ela foi doada em confiança ao Estado pelos pais de Carlos Alberto para ser uma biblioteca infantil que fosse ao mesmo tempo um centro de arte e criatividade. O Governo do Estado deveria cuidar com muito carinho da B.I.C.A. e não desfazer-se dela, entregando-a a seja lá quem for. ISTO É INADMISSÍVEL!
O Governo do Estado deveria inclusive responsabilizar-se pela lenta e progressiva dilapidação deste patrimônio que é a B.I.C.A. Por que será que uma biblioteca que existe desde 1950 possui hoje um acervo tão pequeno, incompatível com os seus 59 anos de idade? O que aconteceu? Queremos saber. E só o Governo do Estado pode nos responder.


EM 2010 A B.I.C.A. FARÁ 60 ANOS
POR ISSO MESMO,
COMO É QUE ALGUÉM PODE SEQUER PENSAR EM ACABAR COM A B.I.C.A. ?
E LOGO QUEM:
GOVERNADOR SERGIO CABRAL, ESTA ATITUDE NÃO CABE NA SUA BIOGRAFIA!
SEU PAI, ESCRITOR E GRANDE INCENTIVADOR E PESQUISADOR DA CULTURA DO RIO DE JANEIRO, NÃO HÁ DE CONCORDAR COM ISSO!

NÃO QUEREMOS A MUNICIPALIZAÇÃO
PORQUE NÃO QUEREMOS MUDANÇAS INÚTEIS, DE FACHADA
SAI O NOME “ESTADUAL” E ENTRA O NOME “MUNICIPAL”
O QUE QUEREMOS É NÃO PERDER NADA NEM NINGUÉM

E SERÁ QUE ALGUÉM VAI TER A CORAGEM DE PROPOR QUE A B.I.C.A. MUDE DE NOME E DEIXE DE SE CHAMAR BIBLIOTECA INFANTIL CARLOS ALBERTO (COMO QUISERAM SEUS PAIS) PARA RECEBER O TRISTE NOME DE BIBLIOTECA POPULAR, COMO TODAS AS BIBLIOTECAS DO MUNICÍPIO, QUE, ALIÁS, SÃO TÃO “POPULARES” QUE VIVEM ÀS MOSCAS, SEM CRIANÇAS QUE AS FREQUENTEM?

COMUNIDADE DO MÉIER/GRANDE MÉIER
PARTICIPEM DO MOVIMENTO CONTRA A MUNICIPALIZAÇÃO DA B.I.C.A.
NÃO QUEREMOS PERDER NADA NEM NINGUÉM

ESTE BLOG ESTÁ DE OLHOS BEM ABERTOS
LEIA TAMBÉM A AGENDA DO MOVIMENTO PRÓ-BICA



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